terça-feira, 24 de junho de 2008

desabafo

Todo mundo vive olhando e questionando e tudo mais... Estou cansada de justificar e de ouvir justificativas para todas as coisas.
Vou explicar:
Tipo, se eu não gostasse de banana e todo mundo gostasse, teria que ficar ouvindo que a banana é saborosa, faz bem a saúde e que é uma fruta tipicamente brasileira. E, claro, seria condenada simplesmente porque EU não gosto de banana. Poderia não achar a banana a coisa mais maligna do universo, simplesmente EU não gostaria de comê-la, mas... Aí você pensa que nada ver, cada um tem a sua opinião e se eu não gosto de banana e todo mundo gosta, vivemos felizes assim, respeitando as diferenças. Pois imagine se o amor-da-sua-vida é um adicto por bananas. E você não suporta nem o cheiro. Quando se conheceram você ficou sabendo que ele comia um cacho por semana, e aceitou, embora desejasse erradicar a existência daquela fruta cretina. A situação de um cacho de banana por semana era suportável, porém o meu desejo de sumir com as bananas aumentava juntamente com o apetite dele pelas frutinhas. E a vida se tornou um inferno. Ele querendo mais bananas e eu cada vez menos suportando elas por perto. Ele queria por que queria que eu entendesse que a banana era um alimento maravilhoso, que ele seria mais feliz comendo mais, que não era nada de mal, tentava me convencer a experimentar. E eu queria por que queria que ele entendesse o meu desgosto (que já estava se tornando ódio) por bananas. E o raio da banana foi causa de inúmeras discussões...
Porque tem que ser assim? Porque tem que haver tanta discordância... Se eu gostasse de banana seria mais fácil, mas EU não gosto. E isso não significa que comer bananas seja errado ou faça mal, significa apenas que eu quero NÃO ter mais bananas na minha vida! E aí eu sou taxada de ignorante, intolerante...
E por falar em ser taxada, cansei de ser vista apenas como um monte de defeitos. É obvio que eu não sou um monte de qualidades, mas peraê! Ainda que EU não saiba o meu valor, esse negócio de me julgarem sempre pelo pior tá me cansando. Eu sempre sou a briguenta, a irritada, a explosiva, a incompreensiva... Como seu eu tivesse a OBRIGAÇÃO de ser alguma dessas coisas e o meu não-ser é motivo para julgamento, condenação e punição.
Talvez (com certeza) em algum momento eu tenha sido responsável pela visão que as pessoas têm de mim hoje, mas não receber a confiança de que eu posso mudar que vem das pessoas que me amam (e que eu também amo) me machuca e desestimula...

PS1: eu adoro bananas.
PS2: tô postando todo dia porque tá tudo liberado aqui no trabalho... veremos até quando...

segunda-feira, 23 de junho de 2008

Blink 182° - Always

Eu já estive aqui antes algumas vezes
E eu estou bem ciente que nós estamos morrendo
E suas mãos acenam com um adeus
E eu traria você de volta , se você me tivesse

Então, aqui estou eu, estou tentando
Então, aqui estou eu, você está pronta?

Vamos, me deixe te abraçar, te tocar, te sentir sempre,
Te beijar, te provar a noite inteira sempre

E eu sentirei falta da sua risada, do seu sorriso
Eu admitirei que estou errado, se você admitir também
Eu estou tão cansado de brigas, eu as odeio
Vamos recomeçar isso pra valer

Então aqui estou eu, eu estou tentando
Então aqui estou eu, você está pronta?

Vamos, me deixe te abraçar, te tocar, te sentir sempre,
Te beijar, te provar a noite inteira sempre
Te tocar, te sentir sempre
Te beijar, te provar a noite inteira sempre

Eu já estive aqui algumas vezes
E eu estou bem ciente que nós estamos morrendo

Vamos, me deixe te abraçar, te tocar, te sentir sempre,
Te beijar, te provar a noite inteira sempre
Te tocar, te sentir sempre Te beijar, te provar a noite inteira sempre
Sempre, sempre...

sexta-feira, 20 de junho de 2008

o começo do fim

E então depois de tantas brigas e desgastes e machucados resolvemos que era hora de repensar. Nada muda o que eu sinto, mas a situação já estava insustentável. Fico pensando se realmente é possível se apaixonar pela pessoa errada. O que falta pra que enfim nos entendamos? Eu não sei...
Ontem ele disparou contra mim todo o mal que eu havia feito ele passar e, honestamente, entenderei perfeitamente se ele não quiser mais tentar. É claro que eu nunca quis causar todo aquele mal, mas o que importa se, querendo ou não, todo esse mal foi feito? Eu também passei por muita coisa ruim por causa dele, muito embora ele diga que nunca quis me fazer passar por isso. E eu quero acreditar. O último ano que passei foi maravilhoso, apesar dos pesares e de tudo mais. Não sei como pude viver sem saber como era amar e ser amada. Não sei como pude viver tanto tempo ser ter o carinho de alguém tão legal. Aprendi muito mais do que qualquer pessoa poderia imaginar. Passei a valorizar coisas que jamais seriam valorizadas se não o tivesse conhecido. E talvez esse tenha sido o problema. Ontem vi que todo o amor pode acabar quando não é bem cuidado. É tipo um jardim mesmo... E o nosso está morrendo. E ontem eu não reconheci nele o homem que me amava e me pareceu absurdo ver que as coisas podem mudar assim. Já não havia mais ternura, nem vontade de acreditar... O homem que estava diante de mim não tinha escrúpulos pra me atacar e não era, nem de longe, o homem que eu conheço – e que eu amo. Foi difícil acreditar que aquilo estava acontecendo de verdade, mas estava. Saí de lá sem insistir mais e deixei ele pensar, porque ainda tive a esperança de que o homem que eu amo voltasse e o fizesse refletir melhor.
Enquanto o tempo passa, eu penso também... E toco a vida como posso. Queria muito que o telefone tocasse e que fosse ele dizendo que me ama e não vai deixar que a gente acabe assim, porque é isso que eu queria dizer pra ele, mas acho que não devo interferir agora. E tento afastar estes devaneios da minha cabeça... E acreditar naquilo que talvez seja verdade: todo carnaval tem seu fim.

domingo, 15 de junho de 2008

reflexões roubadas da Clarice

E um dia virá, sim, um dia virá em mim a capacidade tão vermelha e afirmativa quanto clara e suave. Um dia o que eu fizer será cegamente, seguramente, inconscientemente, pisando em mim, na minha verdade, tão integralmente lançada no que fizer que serei incapaz de falar. Sobretudo um dia virá em que todo meu movimento será criação, nascimento. Eu romperei todos os nãos que existem dentro de mim, provarei a mim mesma que nada há a temer, que tudo o que eu for será sempre onde haja uma mulher com meu princípio. Erguerei dentro de mim o que sou um dia, a um gesto meu minhas vagas se levantarão poderosas, água pura submergindo a dúvida, a consciência. Eu serei forte como a alma de um animal e quando eu falar serão palavras não pensadas e lentas, não levemente sentidas, não cheias de vontade de humanidade, não o passado corroendo o futuro! O que eu disser soará fatal e inteiro. Não haverá nenhum espaço dentro de mim para eu saber que existe o tempo, os homens, as dimensões. Não haverá nenhum espaço dentro de mim para notar sequer que estarei criando instante por instante, não instante por instante; sempre fundido, porque então viverei. Só então serei maior que na infância, serei brutal e mal feita como uma pedra, serei leve e vaga como o que se sente e não se entende, me ultrapassarei em ondas. Ah, Deus, e que tudo venha e caia sobre mim, até a compreensão de mim mesma em certos momentos brancos, porque basta me cumprir e então nada impedirá o meu caminho até a morte-sem-medo. De qualquer luta ou descanso me levantarei forte e bela como um cavalo novo.
(in Perto do Coração Selvagem, Clarice Lispector)

terça-feira, 10 de junho de 2008

fortune faded

Come on God, do I seem bulletproof?