quarta-feira, 31 de outubro de 2007

[um sopro de vida]

"Aceitar-me plenamente? É uma violentação de minha vida. Cada
mudança, cada projeto novo causa espanto: meu coração está espantado. É por isso
que toda minha palavra tem um coração onde circula sangue."

P.S.: Estarei alguns dias off-line... Volto com um superbronzeado depois do feriado! ;P

domingo, 28 de outubro de 2007

li por aí...

palavras de um amigo:

"sabe, mãe... quanto mais o tempo passa, mais eu tenho convicção de que não vou abrir mão da minha felicidade. por nada."

simples, quase redundante e muito inspirador.

sexta-feira, 26 de outubro de 2007

memórias, crônicas e declarações de amor


Um ano de blog!!!
Obrigada a todos que me renderam histórias ou que passaram por aqui para lê-las!

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

ON THE INSIDE....

É PRECISO TER O CAOS DENTRO DE SI. JÁ DIZIA NIETZSCHE.

sexta-feira, 19 de outubro de 2007

Eu ia postar, juro! Mas a Clarice não deixou!

Sou o que se chama de pessoa impulsiva. Como descrever? Acho que assim: vem-me uma idéia ou um sentimento e eu, em vez de refletir sobre o que me veio, ajo quase sempre que imediatamente. O resultado tem sido meio a meio: às vezes acontece que agi sob uma intuição dessas que não falham, às vezes erro completamente, o que prova que não se tratava de intuição, mas de simples infantilidade. Trata-se de saber se devo prosseguir nos meus impulsos. E até que ponto posso controlá-los. Há um perigo: se reflito demais, deixo de agir. E muitas vezes prova-se depois que eu deveria ter agido. Estou num impasse. Quero melhorar e não sei como. Sob o impacto de um impulso, já fiz bem a algumas pessoas. E, às vezes, ter sido impulsiva me machuca muito. E mais, nem sempre meus impulsos são de boa origem. Vêm, por exemplo, da cólera. Essa cólera às vezes deveria ser desprezada; outras, como me disse uma amiga a meu respeito, são cólera sagrada. Às vezes minha bondade é fraqueza, às vezes ela é benéfica a alguém ou a mim mesma. Às vezes restringir o impulso me anula e me deprime. (muitas vezes) Que farei então? Deverei continuar a acertar e a errar, aceitando os resultados? Ou devo lutar e tornar-me uma pessoa mais adulta? E também tenho medo de tornar-me adulta demais: eu perderia um dos prazeres do que é um jogo infantil. Vou pensar no assunto. E certamente o resultado ainda virá sob a forma de um impulso. Não sou madura ainda. Ou nunca serei.”

quinta-feira, 18 de outubro de 2007

waking life

Anseio e frustração. É daí que eu acho que veio a linguagem. Quero dizer, veio do desejo de transcender o nosso isolamento e estabelecer ligações uns com os outros. Devia ser mais fácil quando era uma questão de mera sobrevivência.

Eu digo "água". Criamos um som para isso. "Tigre atrás de você". Criamos um som para isso. Mas fica realmente interessante, acredito eu, quando usamos esse mesmo sistema de símbolos para comunicar tudo de abstrato e intangível que vivenciamos. O quê é frustração? O quê é "raiva" ou "amor"?

Quando eu digo "amor" o som sai da minha boca e atinge o ouvido de outra pessoa, viaja por um canal labiríntico em seu cérebro através das memórias de amor - ou falta de amor. O outro pode até dizer que compreende, mas como eu sei disso? As palavras são inertes, são apenas símbolos, estão mortas! E tanto da nossa experiência é intangível. Tanto do que percebemos é inexprimível, é indizível. E ainda assim, quando nos comunicamos uns com os outros e sentimos ter feito uma ligação e termos sido compreendidos, temos uma sensação quase como uma comunhão espiritual. Essa sensação pode ser transitória, mas é para isso que vivemos.

(transcrição de diálogo do filme waking life, richard linklater)

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

estrela perigosa

Tem coisa melhor que receber uma ligação e começar a ouvir do outro lado alguém me lendo "Estrela Perigosa", de ninguém mais ninguém menos que a Clarice?!
Garoto, tem hora que eu realmente não sei como é que você consegue fazer isso comigo... E, é claro, eu adoro!!! Muito Obrigada! :)

Estrela perigosa

Estrela perigosa
Rosto ao vento
Marulho e silêncio
leve porcelana
templo submerso
trigo e vinho
tristeza de coisa vivida
árvores já floresceram
o sal trazido pelo vento
conhecimento por encantaçãoes
queleto de idéiasora pro nobis
Decompor a luzmistério de estrelas
paixão pela exatidão
caça aos vagalumes.
Vagalume é como orvalho
Diálogos que disfarçam conflitos por explodir
Ela pode ser venenosa como às vezes o cogumelo é.
No obscuro erotismo de vida cheianodosas raízes.
Missa negra, feiticeiros.
Na proximidade de fontes,
lagos e cachoeiras
braços e pernas e olhos,
todos mortos se misturam e clamam por vida.
Sinto a falta dele
como se me faltasse um dente na frente: excrucitante.
Que medo alegre,
o de te esperar.

terça-feira, 16 de outubro de 2007

loose

Não entendo. Isso é tão vasto que ultrapassa qualquer entender. Entender é sempre limitado. Mas não entender pode não ter fronteiras. Sinto que sou muito mais completa quando não entendo. Não entender, do modo como falo, é um dom. Não entender, mas não como um simples de espírito. O bom é ser inteligente e não entender. É uma benção estranha, como ter loucura sem ser doida. É um desinteresse manso, é uma doçura de burrice. Só que de vez em quando vem a inquietação: quero entender um pouco. Não demais: mas pelo menos entender que não entendo

segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Há!

Escrever sobre o fim-de-semana seria diminuí-lo.
E ninguém iria acreditar mesmo! ;p

quinta-feira, 11 de outubro de 2007

três dias de litoral

A vida é urgente e a felicidade, uma obrigação.

quarta-feira, 10 de outubro de 2007

os dispostos se atraem...

Eu sou trident de canela. Ele trident de hortelã. Eu sou vinho doce. Ele é vinho seco. Eu sou comida italiana. Ele é comida japonesa. Eu sou sprite. Ele é coca-cola. Eu sou rock'n roll. Ele é música clássica. Eu sou ensaio de escola de samba. Ele é meditação. Eu sou exatas. Ele é biociências. Eu sou acordar tarde. Ele é acordar cedo. Eu sou admirar as estrelas. Ele é contemplar o pôr-do-sol.

As diferenças são muito maiores.
As diferenças tornam-se muito menores...

(= E eu estou muito feliz por ter ele comigo! =)

terça-feira, 9 de outubro de 2007

VÍCIO

Não cessa essa vontade de você. Ela só aumenta ao invés de saciar. Não importa quantos tenham sido os beijos, os abraços... Também não importa se nos vimos a horas atrás, minutos ou segundos. Você não me cansa. Vontade que não cessa. Vontade que não acaba. Estou viciada em você - e este vício faço questão de manter.

quarta-feira, 3 de outubro de 2007

The call

Hoje recebi uma ligação no meio do dia. Era o meu pai. Até aí normal, meu pai vive ligando pra mim pedindo pra falar com os meus chefes (que são amigos dele) e se usa do meu telefonezinho pra aproveitar as promoções e blá blá blá...
Mas hoje o motivo não foi esse... E foi exatamente isso que me assustou...
[Abre parêntese gigante porque agora eu tenho que voltar alguns dias pra fazer com que você, caro leitor (cri... cri...) acompanhe meu raciocínio e entenda toda a minha estranheza.]
No início dessa semana, meu pai ficou sabendo que corre o risco de ter um infarto. A partir de agora terá de tomar vários remédios (entre eles alguns anti-depressivos) e viver uma vida toda regrada. Neste mesmo dia, vi ele mostrando pra minha mãe o papel do seu seguro de vida...
E hoje ele me liga e me fala um monte de coisas estranhas... Pergunta se eu estou feliz, dos meus planos, que quer que eu seja feliz... Como se ele não fosse estar aqui no futuro, onde essas palavras de fato deveriam ser ditas... Confesso que isso me assustou...
Será que meu pai está achando que vai morrer logo? Mas o meu pai não pode... Não!!!
Eu passei a vida inteira achando que as pessoas que eu amo seriam imortais... Claro que não dessa maneira tipo Highlander, mas a verdade é que nunca sequer cogitei a possibilidade de perdê-los... Meu pai, minha mãe, meus irmãos, minha avó...
Ver que o ciclo da vida existe (e que não perdoa nada nem ninguém) é como ser acordada por uma lambida de cachorro no meio da cara...
Será que não dava pra esperar só mais uns 200 anos?