domingo, 30 de setembro de 2007

parafuso...

Ainda está tudo aqui...
Os sentimentos todos correndo e gritando pra lá e pra cá...
Eu tenho lapsos de lucidez que me fazem entender cada vez um pouco mais do que aconteceu.
Algo está mais forte, algo está mais frágil... Ainda que eu não saiba extamente o que é que está o quê.

As coisas vão se organizar, isto é um fato...
E eu não quero mais ter medo.

quarta-feira, 26 de setembro de 2007

hoje eu escolhi...

Até onde vale a pena toda essa “sabedoria”? De que vale ver um homem e só enxergar um inimigo? Essa fase “dois pés atrás” acaba te defendendo do mal, mas também te afasta do bem.
Cansei de pensar em duplos sentidos para o que me falam. De só ler más intenções por trás de palavras bonitas. De lutar contra a minha vontade a favor da razão.
Se pra ser “inteligente” e “safa” é preciso ser neurótica e infeliz, eu prefiro ser burra.

Hoje eu escolhi acreditar em sorrisos sinceros.

Veja bem, não estou aqui dizendo que amanheci no país das maravilhas e que nada de mal vai me acontecer. Só que viver 24 horas por dia na defensiva, não dá.

Hoje eu escolhi arriscar.

Me arriscar a ser feliz. Porque o amor exige o risco. O amor é inconseqüente, cego, surdo – e burro. Amor comedido, planejado, cauteloso e metódico não é amor, é quase uma relação comercial.
Sei que posso parecer (e estou sendo) egoísta, mas sim, só estou olhando pro meu umbigo: não estou aqui só pra dar bons exemplos a serem seguidos ou me importar com opiniões de terceiros.

Hoje eu escolhi esquecer de tudo.

Não posso viver assim, sonhando com um passeio de bicicleta, saber andar, ter a bicicleta, ter todos os caminhos do mundo a seguir e não fazê-lo por medo de cair. A gente sabe que está sujeito a isso, mas não deve temer. O medo aprisiona. A coragem liberta. Eu sei que posso cair, mas não quero pensar nisso. Não hoje.

Porque hoje escolhi pensar em você.

segunda-feira, 24 de setembro de 2007

Capricho ou necessidade?

Tolerância, nas palavras do Duda (sempre ele!), é dizer “não gosto disso, mas eu te compreendo”. Mas deve-se dizer isso à quem diz respeito, porque senão as coisas ficam guardadas envenenando a gente... E aí, quando deveríamos jogar em cima das pessoas uma dose homeopática do nosso descontentamento, jogamos em cima dela todo esse acumulado que ficou ali, apenas esperando para ser derramado...
E o que acontece depois disso infelizmente não é mistério pra ninguém...
Tenho me esforçado pra ser tolerante e coerente. Confesso que depois de ouvir essa definição de tolerância me senti aliviada, afinal, sou bem mais tolerante do que pensava. Outra coisa que me tranqüilizou é saber que posso "não gostar". Não é uma questão de como eu me sinto, mas de como eu me comporto. E meu comportamento é uma decisão minha.
Sei que não deveria ter estado naquela mesa ontem... Esses momentos sempre me fizeram refletir e eu sempre fico insatisfeita comigo e com a minha vida nessas horas... Nem lembro quantas vezes já fui ao banheiro pra chorar nesses barzinhos... e nunca conseguia. Ontem isso aconteceu de novo. Eu ali, deslocada, parada, pateta, como se todo mundo fizesse parte de um mundo ao qual eu não pertenço (ok, dramatizei, mas beleza...). Essa sensação é uma velha companheira minha... Sei que a culpa disso é minha, EU NÃO DEVERIA ESTAR LÁ! Não naquela situação, não daquele jeito. Sei que se fosse de outra maneira nada disso teria passado pela minha cabeça... Mas não foi. Eu fiz o que não deveria ter feito: olhar ao me redor e ver que não, definitivamente não era assim que eu queria estar...
E é aí, exatamente aí, que começa o meu conflito.
Querer que ele estivesse ali, comigo, naquela hora: capricho (elementar...).
Mas aí eu pensei (FODA!) que isso poderia se repetir muitas e muitas vezes e por inúmeros motivos (todos absolutamente aceitáveis e compreensíveis)...
Mas... mas eu não quero isso!
E agora? Capricho?
Confesso que sempre achei que seria condescendente a esse respeito... Mas também confesso que desconhecia as coisas das quais eu preciso...
E aquela maldita mesa me fez colocar em xeque tudo isso...

sábado, 22 de setembro de 2007

só uma perguntinha...

Será que dava pra parar o mundo pra eu descer?!

Agradecida.

quarta-feira, 19 de setembro de 2007

teto de vidro

Somos vítimas das nossas escolhas e das escolhas dos outros também...

Por exemplo, se o motorista do ônibus escolher pisar mais no acelerador, eu, que saio de casa no mesmo horário, não conseguiria andar nele! Mas é claro que eu não estou aqui pra falar de minhas desventuras nos ônibus (deixemos este assunto para uma outra postagem).
Eu falava sobre as escolhas, né.
Toda aquela teoria que ontem me fazia quase surtar me fez praticamente uma revelação hoje (a revelação está aí em negrito na primeira linha do post – não é o título!).
Envolvimento x Comprometimento...
Coerência com aquilo que eu julgo correto...
Por mais que algo não seja da maneira que eu quero, eu devo respeitar as escolhas das pessoas, porque isso vai abrir a porta para que eu seja respeitada no momento em que as minhas escolhas afetarem os outros.
Hoje vejo muitas coisas com outros olhos... E entendo os intolerantes... E apesar de compreendê-los, estou me esforçando para não me tornar um deles. Entendo que é fácil se dizer a favor de alguma situação quando ela sequer faz parte do seu mundo... Mas faça dessa situação uma pedra no seu sapato e veja até onde você conseguiria ser tolerante...
Não sei se vou conseguir... Estou tentando porque é o que me parece correto fazer, e porque é o que eu quero fazer! Quero espernear também, mas sei que não devo... E me permito não gostar disso, desde que minhas atitudes não afetem ou magoem ninguém (o Duda ficaria orgulhoso de ler isto... hehe).

Enfim... é isso!

terça-feira, 18 de setembro de 2007

Um... Dois... Três...

... Quatro... Cinco... Seis... Sete... Oito... Nove... Dez...

Pronto!

Vamos recomeçar: Definitivamente tenho que parar de postar na hora da raiva... Ah! Que morra! Claro que não! Não mudaria uma única letra do que escrevi ali! Não mesmo!

Mas, atualizando...
Meu aniversário foi ótimo! Desde sábado comemorando, cercada de pessoas que gostam de mim (ou pelo menos tentam gostar). Recebi vários abraços e parabéns, coisas que eu simplesmente ADORO!

O causo do post aí de baixo se chama MELINDRE. Normal. Acontecem coisas que eu não gosto, e eu esperneio. Simples. Mas enfim... depois pondero e sei que existem coisas que fogem ao nosso alcance... E que ainda que isso seja ruim, o contrário seria muito pior (e totalmente contra os meus princípios).
De qualquer forma, estou triste, e posso ficar assim, FODA-SE! O que eu sinto é problema meu, como eu ajo é que importa!
Fico pensando naquelas teorias de envolvimento e comprometimento... e pão com bacon e ovos... e no livro do "Monge e o Executivo"...
Ih... Acho que estou prestes a surtar!

mentir é fácil demais...

Passou meu aniversário... talvez a blogosfera nem tenha se dado conta... Tudo bem!
Como tudo na minha vida é regido pela Lei de Murphy AO QUADRADO, o que deveria ser o início do meu paraíso astral, se converteu no mais escuro INFERNO!

Deixa pra lá... comigo é tudo assim mesmo...

Fiquem com a Clarice que, como sempre, fala por mim:

"Amanheci em cólera. Não, não, o mundo não me agrada. A maioria das pessoas estão mortas e não sabem, ou estão vivas com charlatanismo. E o amor, em vez de dar, exige. E quem gosta de nós quer que sejamos alguma coisa de que eles precisam. Mentir da remorso. E não mentir é um dom que o mundo não merece. E nem ao menos posso fazer o que uma menina semiparalítica fez em vingança: quebrar um jarro. Não sou semiparalítica. Embora alguma coisa em mim diga que somos todos semiparalíticos. E morre-se, sem ao menos uma explicação. E o pior- vive-se sem ao menos uma explicação. E ter empregadas, chamemo-las de uma vez de criadas, é uma ofensa à humanidade. E ter a obrigação de ser o que se chama de apresentável me irrita. Por que não posso andar em trapos, como os homens que as vezes vejo na rua com a barba até o peito e uma bíblia na mão, esses deuses que fizeram da loucura um jeito de entender? E por que, só porque eu escrevi, pensam que tenho que continuar a escrever? Avisei a meus filhos que amanheci em cólera, e que eles não ligassem. Mas eu quero ligar. Queria fazer alguma coisa definitiva que rebentasse com o tendão tenso que sustenta meu coração."

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

O Caso Renan


quarta-feira, 12 de setembro de 2007

sete coisas...

Que eu mais digo:
1. “Mas enfim...”/ “Então...”
2. “Há! Capaiz...”/ “Né?!”
3. “Deixa eu falar?!”/ “Posso falar?!”
4. “E como é que eu faço pra saber isso?” / “E eu tenho bola de cristal pra adivinhar?!”
5. “Ah! Que morra...” / “Afe...”
6. “Pelo amor de Deus!”/ “Cê ta falando sério??”
7. “Ameeeiii!!!”

Que eu faço bem:
1. Reparar nas pessoas.
2. Divagar sobre o nada.
3. Bolo de chocolate.
4. Limpar e arrumar as coisas (putaquipariu, hein!)
5. Derivadas, integrais, transformadas de Laplace e de Fourier.
6. Comer. E, aliás, faço muito bem!
7. Falar qualquer merda pra me livrar de um silêncio desconfortável. [abre parêntese gigante porque essa merece exemplo:]
Sábado à noite, na casa de um amigo, o pai dele no hospital – mas já estava tudo bem, só pra constar – todo aquele climão e a gente escolhendo um filme (em silêncio) pra assistir.
- Nossa! Esse espelho emagrece ou será que sou eu?! Amei!!

Pra fazer antes de morrer:
1. Banho de mar à noite (sem roupa, de preferência. ui!)
2. Ter uma casa no campo... ou em Natividade da Serra... ou os dois! :p
3. Não usar e não aceitar aquela desculpa fácil da falta de tempo pra justificar as ausências das pessoas que amamos. Tempo é uma questão de preferência – ouvi o Jô Soares dizer essa frase, mas não sei de quem é.
4. Viajar. Viajar. Viajar. Pra qualquer lugar.
5. Assistir o nascer do sol (acompanhada, de preferência. ui de novo!)
6. Tem uma coisa que eu não falo... mas que sem dúvida eu tenho que fazer antes de morrer! :p
7. Ter filhos.

Que eu não faço:
1. Unha. Não consigo! Não tenho coordenação motora!
2. Comer algo que eu não goste, mesmo que esteja morrendo de fome.
3. Contar vantagem.
4. Aceitar mentiras e fingimentos.
5. Contas de dividir na cabeça.
6. Gastar uma fortuna em balada.
7. Atender o telefone se ele tocar quando eu estiver dormindo.

Que eu adoro:
1. Edredom.
2. Cinema/DVD.
3. Rufles com Iogurte (mas não misturado né!)
4. Cafuné.
5. Tudo isso ao mesmo tempo.
6. Nhoque.
7. Andar de carro ouvindo música.

Que eu odeio:
1. Telemarketing.
2. Ir ao banco no quinto dia útil (este do fundo do meu coração).
3. Gente folgada/egoísta.
4. Mentira.
5. Cochichos, risinhos e olhares na minha direção.
6. Gente que fala uma coisa querendo dizer outra. (e eu tenho bola de cristal pra adivinhar o que passa pela sua cabecinha?)
7. Aquele pingo gelado filha-da-puta do meu chuveiro.

Que me fazem surtar:
1. Bater o dedinho do pé em alguma coisa (o que acontece com uma certa constância comigo...)
2. Que me acordem com um susto.
3. Ter que repetir dez mil vezes a mesma coisa.
4. Mendigar amor e aprovação das pessoas e só conseguir indiferença e implicância (sim, eu sou uma idiota por fazer isso...).
5.Ser mal interpretada ou incompreendida, mesmo depois de explicar a situação milhares de vezes, mesmo dando provas de que eu não sou o tipo de pessoa que faria/diria tal coisa, mesmo simplificando ao nível de “vovô viu a uva”. FODA! Tenho vontade de me internar num manicômio! Lá ninguém vai acreditar ou entender o que eu estou dizendo, mas pelo menos eu estaria drogada.
6. Que me digam: “Você não entende isso...”
7. Magoar alguém que eu gosto.

terça-feira, 11 de setembro de 2007

algo lindo

Sem fome, sem sono, sem culpa, e sem dor.Sem ciúmes, sem pressa, sem ódio, sem apego e sem pressões. Sem expectativas, sem promessas, sem cobranças, sem vergonha, e sensível. Sem medo. Sem controle. Sem juízo. Sentindo-me amada com delícia e liberdade, e amando com grandeza e ousadia. Sentindo-me íntima da transitoriedade. Buscando o equilíbrio no instável, no insólito, no inesperado, no inexistente... Sentindo-me passageira nesta viagem louca e sem destino. Percorrendo caminhos ainda não trilhados. Ficando cada vez mais e mais perplexa, fascinada e encantada com os novos horizontes. Amando as surpresas todas no momento mesmo em que acontecem.Quebrando barreiras, de modo irreversível.
Ultrapassando limites. Buscando (e encontrando!) a essência de cada coisa nela mesma. Compreendendo as razões também daqueles que não conseguem me compreender. Podendo até ser julgada por minhas atitudes desprendidas e por meu comportamento fora de padrão... Podendo (é claro) ser julgada, mas condenada, jamais!
Vivendo o mais profundo, o mais criativo, o mais sensual, o mais inocente e sagrado período da minha vida. Sugando a delícia doce das coisas livres. Vivendo as maiores e as mais altíssimas paixões da minha vida, e vibrando com tudo que me toca. Sentindo-me a cada momento como se Deus me estivesse cobrindo com as flores das flores das flores.Inundado de carinho e gratidão.
Dançando nas minhas próprias e nas tuas emoções. Com a cabeça nas nuvens, e o coração no infinito glorioso.

sábado, 8 de setembro de 2007

das vantagens de ser bobo

O bobo, por não se ocupar com ambições, tem tempo para ver, ouvir, tocar no mundo. O bobo é capaz de ficar sentado quase sem se mexer por duas horas. Se perguntado por que não faz alguma coisa, responde: "Estou fazendo, estou pensando." Ser bobo às vezes oferece um mundo de saída porque os espertos só se lembram de sair por meio da esperteza, e o bobo tem originalidade, espontaneamente lhe vem a idéia. O bobo tem oportunidade de ver coisas que os espertos não vêem. Os espertos estão sempre tão atentos às espertezas alheias que se descontraem diante dos bobos, e estes os vêem como simples pessoas humanas. O bobo ganha utilidade e sabedoria para viver. O bobo parece nunca ter tido vez. No entanto, muitas vezes, o bobo é um Dostoievski. Há desvantagem, obviamente. Uma boba, por exemplo, confiou na palavra de um desconhecido para a compra de um ar refrigerado de segunda mão: ele disse que o aparelho era novo, praticamente sem uso porque se mudara para a Gávea onde é fresco. Vai a boba e compra o aparelho sem vê-lo sequer. Resultado: não funciona. Chamado um técnico, a opinião deste era que o aparelho estava tão estragado que o concerto seria caríssimo: mais vale comprar outro. Mas, em contrapartida, a vantagem de ser bobo é ter boa-fé, não desconfiar, e portanto estar tranquilo. Enquanto o esperto não dorme à noite com medo de ser ludibriado. O esperto vence com úlcera no estômago. O bobo não percebe que venceu. Aviso: não confundir bobos com burros. Desvantagem: pode receber uma punhalada de quem menos espera. É uma das tristezas que o bobo não prevê. César terminou dizendo a célebre frase: "Até tu, Brutus?" Bobo não reclama. Em compensação, como exclama! Os bobos, com todas as suas palhaçadas, devem estar todos no céu. Se Cristo tivesse sido esperto não teria morrido na cruz. O bobo é sempre tão simpático que há espertos que se fazem passar por bobos. Os espertos ganham dos outros. Em compensação, os bobos ganham a vida. Bem-aventurados os bobos porque sabem sem que ninguém desconfie. Aliás não se importam que saibam que eles sabem. Há lugares que facilitam mais as pessoas serem bobas (não confundir bobo com burro, com tolo, com fútil). Minas Gerais, por exemplo, facilita ser bobo. Ah, quantos perdem por não nascer em Minas! Bobo é Chagall, que põe vaca no espaço, voando por cima das casas. É quase impossível evitar excesso de amor que o bobo provoca. É que só o bobo é capaz de excesso de amor. E só o amor faz o bobo.

(Clarice Lispector)

sexta-feira, 7 de setembro de 2007

vovózinha

Queria muito poder estar junto da Terê (apelido carinhoso da minha vózinha)... AGORA.

quarta-feira, 5 de setembro de 2007

big girls don't cry

Hoje chorei à beça...
Fazia tanto tempo que eu não chorava que eu chorei, chorei, chorei...
Choraria muito mais se pudesse...
Dífícil quando todo esse turbilhão dentro da gente não acaba mesmo depois de chorar tanto...
Só quero voltar a dormir...

com a palavra, o óbvio ululante

- "As coisas não ditas apodrecem em nós." (16/4/68)

- "Eis o que me dói ainda hoje: - nós olhamos pouco para os seres amados." (14/2/68)

- "Coincide que nós vivemos uma época crudelíssima. Para preservar a sua humanidade, o sujeito tem de lutar, ferozmente, contra tudo e contra todos. E das duas uma: - ou cada um constrói a sua solidão ou os outros o matam. (Alguém disse que os "outros" são os nossos assassinos). Vêm de toda parte as pressões que nos desumanizam. Há a manchete, o rádio, a televisão, o anúncio e, em suma, toda uma gigantesca estrutura que exige a nossa falsificação." (11/4/68)

- "O brasileiro é um Narciso às avessas que cospe na própria imagem." (18/4/68)

- "Tenho dito que a nossa época está ferida pela solidão. Não vejo outro tema mais urgente e fascinante. Somos todos solitários. Odiamos, matamos e morremos por solidão." (19/4/68)

- "Era tão absurdamente frágil que não estou longe de achar que o forte é um canalha." (5/1/68)

- "Fui varado por um sentimento de culpa que ainda hoje, quase meio século depois, me persegue. De vez em quando eu começo a me sentir um pulha. Sofro como um réu. Sou réu, mas de que, meu Deus? E, de repente, há um clarão interior e vejo tudo. É a bofetada que ainda está em mim, é culpa que não passa. Eis o que aprendi no episódio infantil: - é melhor ser esbofeteado do que esbofetear." (2/1/68)


(Nelson Rodrigues)

terça-feira, 4 de setembro de 2007

Fecavo!

Sábado ganhamos o 3º lugar no concurso de música!!!
De quebra, eu (digo, o Wellington me deu) um talabar rosa lindo!




<-------------- Este é o nosso suuuper troféu! E aí em baixo é o Sopro de Vida colhendo os louros da vitória! (Valeu amigus! =D)

_ atentem para o detalhe do talabar! ^^_


domingo, 2 de setembro de 2007

moça terninho

Eu nunca vou ser o tipo de moça terninho. O tipo que limpa nervosamente a boca com o guardanapo quando come. O tipo que sonha com cavalos sendo alimentados com muesli. Eu nunca serei mocinha, dessas que secam o cabelo. De manhã e à noite. Daquelas que comem maçãs em vez de chocolate. Eu nunca vou me comportar como se espera. Eu nunca vou deixar de franzir a testa porque franzir a testa dá rugas. Eu não penso no quanto preciso fazer a unha. Eu não me preocupo se saí com uma meia de cada par. Eu não me preocupo com pares em geral, nem com meias. Eu acordo todos os dias às 6:28h porque odeio tudo o que é redondo.

Poucas vezes errei de caminho, mas é só porque os caminhos são tão tortuosos, tão sinuosos, que é difícil dizer quando terminei um e comecei outro, quando realmente escolhi ou quando fui a esmo. Na maioria das vezes, vou a esmo. Acredito demais nas minhas entranhas. Desconfio muito da minha capacidade de planejamento. Não sei o que vou estar fazendo daqui a cinco anos e chego atrasada em entrevistas de emprego (mas não me atraso para mais nada).

Odeio uniformidade, odeio unilateralidade, odeio unidireção, odeio “unis” em geral, inclusive uniões. Não acredito em uniões, para ser sincera. Acredito em andar junto. Fundir, não.

Acredito em caminhos tortos, mas não em errados. Nem em certos. Apenas espertos ou burros. Para caminho não se dá nota. Porque notas têm que partir de uma certeza absoluta e ir baixando quanto mais se afasta disso. Só que ninguém sabe de nada, ninguém tem o direito de saber mais, nem a capacidade. Ninguém entenderia porque um caminho limpo e reto me deixaria deprimida. Ninguém entende quando choro estando tudo, tudo bem.

E foda-se.

Não entendo como há gente to tipo terninho, do tipo que limpa nervosamente a boca com o guardanapo, do tipo que sonha com cavalos e seca o cabelo. Não entendo, não faz parte do meu mundo, rio de ironia (são pessoas que ainda não entenderam que vão morrer). Ou de tédio. Rio dos textos lineares. Acho graça em quem tenta fazer da literatura uma arte exata (se isso existe). Não rio de raiva (embora possa acontecer). Rio porque acho fofo. Elementar. Uma infamiliaridade com a escrita igual a que eu tenho com um pincel. Ou com um guardanapo grande.

Mas tento ao máximo respeitar. Tem gente que sabe onde vai estar daqui a um mês e realmente sabe. Eu não sei. Eu prefiro ser surpreendida no meio do caminho. Mudar meu curso, voltar, cortar caminho, ser pega pela polícia, chutar e ser presa, chorar, depois rir de tudo e vir contar. Não sei o que me fará feliz. Sei o que me faz.

Ah, chega.